Você é o tipo de pessoa que acredita que nós cidadãos temos o poder da mudança em nossas mãos? Você acredita que devemos estudar nossos candidatos e escolher o que mais nos representa nas eleições brasileiras? Você acredita que protestarmos pacificamente na Av. Paulista vai fazer com que nossos governantes comecem a pensar no povo? Continue lendo o post que tenho algumas tristes notícias para você…

Inspirado pela repercussão do meu último post onde falei sobre a possível, e negada, candidatura do Luciano Huck, resolvi fazer esse post para adentrar um pouco mais na minha teoria sobre as eleições brasileiros, onde nosso voto não vale nada!

Nas últimas eleições brasileiras eu não votei

Já fazia algum tempo que eu vinha prestando um pouco mais de atenção no assunto, até que nas últimas eleições, em 2016, eu simplesmente não tive vontade de votar (e também perdi a hora). Não só eu, mas mais de 20% da população resolveu não dar as caras.

Essa abstenção me fez refletir e eu comecei a elucidar minha mente. Vi que fiz a coisa mais correta do meu ponto de vista como indivíduo ao não compactuar com esse circo que são as eleições brasileiras. (Falando em indivíduo, recomendo muito um post do Frugal Simples referente ao assunto). Nada melhor do que aproveitar melhor meu domingo com qualquer outra atividade a “exercer meu direito de cidadão”. “Direito” esse que na verdade se trata de um dever.

No meio dessa reflexão me questionei: Por que o estado me obriga a votar? Meu voto é direito ou dever? E se eu quiser não investir meu tempo em ir até a escola mais próxima e escolher o menos pior?

Sempre me perguntei o porquê desta obrigação. Com esse lamaçal de corrupção que vem sendo exposto nos últimos tempos, naturalmente fui me aprofundando um pouco mais nos temas filosóficos em torno disso e comecei a entender como funciona o sistema.

Tratam-se de vários pontos que, quando somados, resultam num sistema horrível para nós e ótimo para eles. Vai vendo…

O povo brasileiro é, em sua quase absoluta maioria, MUITO ignorante

Segundo pesquisa publicada no UOL, apenas 8% da população tem condições plenas de compreender e se expressar.

Sim, mais de 90% da população brasileira não tem a mínima condição de raciocinar e compreender o mundo a sua volta. Tudo isso reflexo da nossa educação pública, único recurso disponível para a grande maioria da população brasileira que é pobre e não tem condição de arcar com a educação privada.

Horário eleitoral gratuito e coligações partidárias

Você provavelmente já se pegou assistindo, praticamente de forma obrigatória, o horário eleitoral gratuito. Não vou entrar no mérito do custo dessa “gratuidade” oferecida a nossos candidatos. Vou falar somente das coligações partidárias. Você se lembra do Dr. Eneas ficando mudo ou gritando em poucos segundos para chamar sua atenção? Por que o Lula ficava 5 minutos cuspindo na câmera, a Dilma falando 6 minutos de groselha, o Aécio falando 5 minutos e meio de mentiras, na maior cara lavada?

Isso se chama coligação partidária. Explicando a grosso modo, cada partido tem o direito a uma quantidade de segundos que é calculada seguindo algumas regras. Com a coligação partidária, soma-se o tempo disponível para cada partido, que faz com que se crie essa discrepância de tempo entre candidatos. O site Politize-se explica melhor.

Doações empresariais + Caixa 2 = Publicidade

Como se não bastasse o horário eleitoral gratuito e o fundo partidário fornecido pela união, os partidos brasileiros ainda recebem generosas doações de empresários super engajados ideologicamente. Em alguns casos fica até difícil de explicar a origem, dado tamanho montante, então, sem que ninguém saiba, alguns (não todos, que fique claro) partidos mais malandrinhos recorrem ao Caixa 2. Para onde vai todo esse dinheiro? Tirando a parte que vai para o bolso Esse dinheiro vai todo para publicidade.

Então, sabe aquela propaganda do seu candidato predileto que aparece no horário nobre da Globo, onde o custo não sai por menos de R$ 700 mil reais? Ela foi financiada muito provavelmente por dinheiro oriundo de doações empresariais.

Quociente eleitoral e o efeito Tiririca

Lembra das eleições em que o Tiririca se candidatou? Lembra do “Vote no Tiririca, pior que tá não fica”? É foda, até hoje lembro do slogan da campanha dele. O resultado da candidatura do palhaço foi 1,3 mihões de votos, o deputado mais votado do país. E junto com ele, foram mais 4 deputados. Todos os 4 tiveram seus nomes envolvidos com denúncias de corrupção.

Agora imagine quantos deputados pegam carona no capital político de candidatos conhecidos pelo povo.

Urnas eletrônicas são realmente seguras?

Chega até dar orgulho quando vemos a propaganda do governo brasileiro falando de nossas urnas eletrônicas. Super seguras, ágeis e baratas. Eu as vezes até me pergunto por que será que nos EUA os votos ainda são em cédulas de papel.

Não vou nem comentar a entrevista do professor da Unicamp que descobriu VÁRIAS vulnerabilidades nas urnas eletrônicas em 2012. Vou só levantar alguns questionamentos: Se hackers conseguiram invadir mais de 55.000 computadores ao redor do mundo, incluindo máquinas do Poder Judiciário, por que não conseguiriam invadir nossas urnas? Como se dá o processo de validação dos votos? Qual o procedimento dos mesários, que têm acesso a dados sensíveis que podem ser utilizados na manipulação de resultados?

Por que o Estado me obriga a votar?

Volto a primeira questão do texto e te pergunto novamente: Por que o Estado nos obriga a votar? Baseado nos pontos acima eu acho que cheguei a uma conclusão.

Some os três primeiros fatos e temos duas afirmações. O povo brasileiro é ignorante e a publicidade eleitoral favorece diretamente os partidos que possuem mais capital político e capital financeiro. Imagine uma pessoa ignorante que não entende quase nada de política e é bombardeada pela publicidade dos grandes. Em quem você acha que ele irá votar? No João Amoedo, do Partido Novo?

O sistema inteiro foi se desenhando ao longo dos anos para favorecer a velha política. Se com todo o recurso disponível o candidato não conseguir se eleger, ele pode tentar o quociente eleitoral. Caso não role, ele pode tentar uma manipulação na votação. Caso não role, ele pode tentar um cargo indicado por seus aliados. O político tem todo um sistema funcionando a seu favor. Você, eleitor, não!

Por isso que eu sigo acreditando que a maior mentira que inventaram é esse papo de “seu voto é sua ferramenta de mudança”. Balela, bullshit! Esse papo foi inventado para que você continue alimentando o sistema com seu voto. Eu já não voto mais.

Como mudar esse cenário?

Sinceramente? Não tenho a mínima idéia. Quanto mais estudo sobre política e história menos eu acredito na democracia. Infelizmente, entre todas as outras opções já conhecidas pela história, esse modelo político continua sendo o menor pior.

Cada vez mais venho estudando sobre o anarquismo, mais precisamente anarco-capitalismo. Pelo pouco que li sobre o assunto parece ser algo legal, na teoria. Porém, analisando nossa história, acho que seja totalmente utópico.

Porém, uma coisa eu sei! Se você se preocupar cada vez menos com estes fatores externos e focar mais em se desenvolver pessoalmente e pensar em você como indivíduo (por favor, de novo, leia o texto do Frugal), com certeza você se tornará muito menos exposto a este lamaçal.

 

E ai, concorda com esse monte de groselha que eu falei? rs

Ficarei muito feliz em discutir mais sobre o tema. Por favor, deixe seu comentário!

PS: Criei uma página para o meu site. Por favor, curtam e compartilhem caso estejam gostando do conteúdo.
Basta acessar https://facebook.com/enriquecendo.club.

Abraços

8 COMENTÁRIOS

  1. menos de 10% da população brasileira NÃO tem a mínima condição de raciocinar e compreender o mundo a sua volta.?

  2. Salve, Enriquecendo! Leia Democracy do Hans-Hermann Hoppe e você verá que a democracia é, de fato, o pior sistema político e uma das funções do voto é criar a ilusão de que “qualquer cidadão pode ser presidente” e que “o governo é do povo” apenas para legitimar ainda mais o roubo estatal.

    Abraços!

  3. Já leu o clássico introdutório ao mundo ANCAP do Murray Rothbard? Leia! É fácil encontrar o PDF e em menos de 2 horas você mata. É uma leitura rápida, simples e envolvente.
    Se chama A Anatomia do Estado.

    Abraços!

  4. Enriquecendo, no site do Mises Brasil existe vários artigos voltados ao anarco-capitalismo. Uns mais radicais, outros menos.
    Já li muito sobre isso e eu chego a considerar-me minarquista, pois acho que o estado ainda deve coexistir em alguns setores mais próximo à sociedade. Os ancaps têm alguns bons argumentos contra esses sistema, mas não acredito viáveis a curto prazo.
    O que podemos fazer, de fato, para mudar o sistema político é ter uma visão de longo prazo. Uma ruptura total (revoluções) trará mais dores do que benefícios. Sou conservador nesse aspecto (Russel Kirk). Infelizmente, as eleições são o meio atual de se fazer isso, goste delas ou não. Já fui mais ancap e deixei de votar, mas refleti com o tempo que isso não levará a uma melhoria da obra.
    Aproveite que no ano que vem temos dois partidos para prestar boa atenção (Novo e Livres-PSL). Quem sabe o caminho da mudança seja elevar esses dois grupos para o debate e a conseguir novas cadeiras por aí. Pode ser um começo.

    Abraço!

  5. André,

    Admiro sua fé na humanidade. Eu acredito que na verdade o sistema foi desenhado para ser assim. Os ser humano médio não tem poder algum de mudar algo.

    Acredito muito que exista alguma “ordem superior” que faça com que as coisas sigam com os interesses deles. “os illuminatis existem” kkkk

    Abs

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here